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16.4.24

Chove já faz 84 anos e na segunda-feira acordei menos tristonha que no dia anterior. Achei que a próxima aparição aqui seria conforme programação normal, aquele punhado de pensamentos contemplativos quase que programados para ver a beleza no caos do dia a dia. 

Talvez seja só esse excesso de chuva me mantendo dentro de casa nas férias e talvez seja o efeito segunda semana de férias, na segunda semana você meio que relaxa. As doses de culpa por não ser produtiva diminuindo e me deixando existir por algumas horas na cama em pleno horário comercial. 

Lendo: A Lâmina da Assassina (Trono de Vidro), de Sarah J. Maas. 
 

Poderia estar refletindo sobre o motivo da tristeza mas resolvi aproveitar o tempo livre, coisa rara, para ser triste com calma. Fugindo dos problemas da vida enquanto leio sem culpa e me imagino sendo também uma guerreira destemida como se eu sequer tivesse coordenação para isso. Eu, a pessoa que não se confia em cima de uma bicicleta quem dirá brincando com adagas. Ainda bem que os pensamentos são meus para eu ignorar o que eu quiser. 

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Deixamos Sara na creche hoje e fomos para a feira. Fui encarregada da tarefa de escolher bons pinhões entre uma pilha de pinhões novos demais. Escolher pinhões, escolher mesmo, levou um tempo e descobri que esse tempo se transforma em tempo para pensar. Imagina se essa cabecinha resolvesse apenas se concentrar na tarefa em vez de abrir outras abinhas mentais, não é mesmo? Se cabeça vazia é oficina do Diabo o coitado não tem espaço em cabeças tagarelas demais. Se escolhi os pinhões certos só descobrirei mais tarde depois de cozidos. 

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Lembrei de um texto que li essa semana e alugou um tríplex na minha cabeça, Sobre as coisas que fazemos pela última vez da Michele Contel. E é isso. Não organizei o triplex o suficiente para dissertar a respeito mas fica aqui a nota caso passe uma borboleta e eu nunca mais divague sobre isso por aqui. O que acho particularmente difícil mas nunca se sabe. 

A gente nunca sabe quando faremos coisas que amamos pela última vez.

E essa é uma das coisas mais bonitas e tristes que a gente aprende no decorrer dessa longa jornada.

— Michele Contel

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Nessa de ter tempo graças as férias para me aventurar nas outras redes dessa internet algumas coisas me chamaram a atenção, além do fato de que sigo sem lembrar como é usar twitter e as outras duas redes que parecem ter surgido com uma proposta parecida. Sinto que perdi a mão para como e quando deixar os pensamentos ou meus centavos sobre qualquer coisa escaparem então sigo soltando elas aos poucos apenas por aqui mesmo.  

Nas tentativas de me inteirar da coisa vi que pessoas seguem revoltadas com qualquer coisa que muitas pessoas resolvam fazer. Aparentemente tem uma galera odiando o fato de que outra galera resolveu entrar no hype da corrida, como dizem. Meus centavos sobre isso? Aquele 01 centavo que quando criança me deixa comprar um chicletinho no mercadinho do bairro. Acho massa pra caramba acompanhar pessoas da minha bolha virtual se aventurando em coisas que as fazem bem. Fim. 

Tem também a turma revoltada porque tem quem fale que um livro não é bom por não ter putaria. Revoltadíssimos esbravejavam: — Desde quando um livro para ser bom precisa ter putaria? Desde nunca acho. Cada um tem seus próprios critérios para definir um leitura boa ou não, acredito eu. 

Por aqui, por exemplo, consegui regatar o hábito da leitura depois de descobrir a existência de livros de fantasia com muito smut. Meus centavinhos? Tem quem gosta e tem quem não gosta, fim.  

Talvez por não saber mais me expressar nessas redes eu ache essa revolta por qualquer coisa mais engraçada do que deveria. Também não me sinto a pessoa super culta evoluída espiritualmente por praticamente não mais usar o twitter. Na grandíssima verdade eu queria mesmo era relembrar como é reclamar de coisas aleatórias nas redes sociais mesmo que gerasse entretenimento para outras pessoas por muitos ou poucos centavos. Deve ser bom eventualmente discordar ou concordar das coisas não só na nossa cabeça. 

2 centavos ou uma revolta misteriosa?

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Pronto, um pouco menos de coisas aleatórias ocupando espaço na minha cabeça. Já posso ler mais um pouco e continuar me imaginando uma grande guerreira destemida

14.4.24

A camiseta que costuma representar a energia do dia no trabalho serviu bem como pijama hoje. Já são horas demais com dor de cabeça e o remédio que costuma resolver o problema acabou. Querido diário, socorro. 

A ressaca que me abraçou sexta-feira a noite se fez presente até sábado de manhã, ao que tudo indica. Não perdendo o embalo se aninhou com uma sinusite porque sempre dá para piorar. Eventos familiares são propensos a fortes emoções e dessa vez me senti mais do que atropelada. Eventualmente saber da real opinião de pessoas próximas (sejam verdades, pensamentos, achismos, whatever) pode ser desnorteador para cacete e lidar com a tristeza enquanto sua filha pergunta o motivo torna as coisas um pouco mais difíceis. Nada surpresa acordei com uma puta dor de cabeça e com a cara inchada afinal chorar não te faz acordar bela nem plena

Me senti uma grande palhaça recebendo a mensagem do dia no Co-Star ✌🏻🤡.

Resolvi então aproveitar o sofrimento existencial do momento para divagar um pouco nesse espaço que existe não só para as bonitezas da vida. Hoje eu vim para chorar as pitangas mesmo. 

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Estou frustrada porque não consegui colocar em prática por aqui o BEDA no formato que a Lana sugeriu. Cheguei a anotar ideias num papelzinho que tenho encarado quase todo dia e me sentindo uma grande ameba por não ter conseguido sequer começar. 

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Essa primeira semana de férias foi esquisita. Acho que é a primeira vez que excelentíssimo e eu conseguimos férias juntos e por pura exaustão não programamos nada para fazer nesse período. O que resultou numa experiência bizarra de duas pessoas no mesmo espaço tentando descansar mas sem conseguir porque ansiosos demais lidando com a culpa bizarra de não estar sendo produtivo durante o processo. Coisa para fazer sempre tem, mas energia e vontade... 

Decidir caminhar nos primeiros três dias ajudou a diminuir esse sentimento de culpa absurdo — saber que merecemos descansar e que não deveríamos sentir culpa só torna a coisa toda ainda mais ridícula mas não mais fácil — porém como os últimos quatro dias foram de chuva já sofro de abstinência. Sem falar que ainda temos mais uma semana de férias pela frente, juntos, e só os deuses sabem o que faremos com isso e quais sentimentos-sensações nos esperam.  

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Cansada do meu cabelo já estou. O glamour e autoestima foram todos gastos no meu aniversário, aparentemente, e aproveitei o embalo da tristeza para perguntar se essa semana minha cabeleireira tem horário. Sem grandes surpresas do que tenho em mente, saudades demais do cabelinho natural e bagunçado. O que me faz pensar que talvez eu nunca soube finalizar ele e agora estou curiosa se é possível algo que beire a estilo e não a desleixo. 

Por mais legal que seja, descontar surtos no cabelo é caro e trabalhoso. Sigo sem energia para manter esse luxo e já sem cabelo para isso também. Perdi um bocado no pós parto, sabe-se lá em quantas etapas caóticas da vida também, e conseguir enxergar meu couro cabeludo com facilidade tem me deixado mais aflita do que eu gostaria. Quero meu cabelinho de volta. 

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Fruto muito provavelmente do cansaço nem ousei planejar algo para essas férias além de existir no conforto da minha casa. O problema dessa decisão é bater também a dúvida se eu deveria estar fazendo outra coisa, como se até tirar férias tivesse um manual de como fazer do jeito certo. Hmm as pessoas fazem coisas nas férias, viajam, conhecem lugares, acumulam experiências e coisa e tal então eu não deveria estar fazendo o mesmo? Não deveria nada só porque os outros o fazem mas cá estamos tentando me lembrar do óbvio. Tudo bem fazer coisas, tudo bem não fazer porra nenhuma nada. 

Ainda assim lutando com as vozes na minha cabeça comecei a pesquisar chalés no meio do mato porque eu até posso inventar de viajar mas grandes chances de ser com a intenção de apenas me isolar em um lugar diferente. O obstáculo, além da falta de energia mental para colocar em prática e o quanto custa existir fora de casa, é que aparentemente chalés agora são feitos apenas para casais curtirem o próprio romance. Você pode treinar fazer crianças mas não pode trazê-las. 

Vou enfiar a minha criança aonde então desgraça?

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Enfim, acho que atingi a cota de amargura do dia e aproveitei pra compartilhar outras amarguras. Chorando as pitangas só por chorar mesmo, pra reorganizar a coisa toda na minha cabeça, talvez pra deixar registrado também. Tem dias que os pensamentos pesam mais do que deveriam, que a cabeça dói de verdade e que a paciência vai para a casa do caralho. 

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Aviso: Esse é um post desmotivacional, proibido pregar a gratidão. 

Ah mas você já agradeceu hoje por estar viva? Tem gente que... 

Foda-se! Hoje eu só queria reclamar mesmo e te convido a reclamar também se isso aliviar a tensão por ai. 

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Nos próximos capítulos provavelmente voltaremos com a programação normal. Teremos doses de gratiluz que eu quase compartilhei no meio desse post, quase. Caralho que cérebro tóxico.

Fim. 

7.4.24

MARÇO, 2024 — Começou por aqui com mais surtos capilares, pisquei e a tesoura já tinha cantado. Aproveitamos o primeiro final de semana do mês ensolarado para gastar a energia da Sara ao ar livre e matarmos, Tayna e eu, nossa vontade de hamburguinho com fritas e uma coquinha bem gelada

No decorrer dos dias rolou cansaço, preguiça, muito trabalho. Pausas para leituras (aqui seguimos devorando & espalhando a palavra de Sarah J. Maas), estudos, organizar coisinhas do cafofo, café da tarde na casa da amiga enquanto Sarinha interagia com Sofia ainda na barriga da tia Tay, convocação de mamacita para aproveitarmos um domingo ensolarado para almoçar fora de casa. 

Tivemos o querido evento meu aniversário que foi delícia demais. 

Não satisfeitos resolvemos estender as comemorações de aniversário para a folga de sexta-feira (29), dessa vez um oferecimento feriado, para celebrar não só os meus 34 como os 24 aninhos do tio Gui. Lá fomos então aproveitar o dia no cafofo de mamacita em Imbituba a base de muita comida e preguiçinha, do jeito que a gente gosta. 

“Any day spent with you is my favorite day. So today is my new favorite day.”

― A.A. Milne

Curiosidades

01. Exatos um dia após eu fazer 10 anos, o Gui nasceu.

02. Data provável do parto (DPP) da Sofia é dia 17/07. Sara faz 4 anos dia 20/07. 

03. Ironicamente ou não, suspeito ser pelo menos 10cm mais baixa que o Gui.

Já no sábado (30) entramos no modo eventos aleatórios decididos em cima da hora, mãe vencendo nossa preguiça matinal. Suspeito inclusive que a bonita aprendeu a nos enrolar e a não compartilhar muito das suas intenções — que basicamente envolvem procurar muvuca enquanto tentamos fugir disso a todo custo. Mãe definitivamente não compactua como nossa alma arisca & cansada. 

Quando nos demos conta estávamos na praia da Barra da Ibiraquera, em Imbituba/SC, com meu primo & família. Eu fazendo a turista sem roupa de banho — peloamordeus nós íamos num parque — em pleno sol de meio dia. Pelo menos os deuses me pouparam do bronzeado esquisito, sigo sendo um belo palmito ao lado de mamacita bronzeada. 

Depois que senhorita minha mãe e furacão Sarinha curtiram a baguncinha de um dia ensolarado na praia, voltamos para o modo preguiça dentro de casa.

Domingo (31) já estávamos no nosso cafofo, curtindo a páscoa com meus sogros e sobrinhas. Aquela energia caótica que casa com criança pequena tem, chocolate para o resto do ano aparentemente e comida feita em casa. Um bom jeito de encerrar o mês. 

Março chegou e com ele o meu aniversário, aquele evento bem específico que me permite escolher o que fazer em plena terça-feira de folga CLT. Feliz aniversário pra mim! 

Esse grandíssimo evento também me permite contemplar uma auto estima alta depois de desbloqueada a personalidade que tem energia para se maquiar — apesar de só os deus saberem quantas vezes precisei refazer o delineado enquanto me arrumava porque por nada no mundo conseguia deixar os dois olhos iguais. 

Aproveitei o fato da folga ser numa terça-feira para conhecer alguns lugares de Florianópolis que em outra ocasião eu dificilmente me sentiria tentada — sempre fugindo a qualquer custo de aglomerações e trânsito. Escolhemos o bairro Santo Antônio de Lisboa. 

Quer me ver feliz, me leve para comer e beber. 


1ª parada

Nossa primeira parada para nos atualizarmos das fofocas e abrir o apetite — que eu fiz com batatas fritas e não ostras in natura, essa eu passo  já me deixou eufórica com a bochecha doendo de tanto rir e claramente já muito doida com um copinho de cerveja. Graças aos deuses meu ganha pão não é com produção de conteúdo porque não lembro o nome do bar-restaurante. Uma grandíssima pena porque adoraria indicar aqui de tão queridos que foram os atendentes. 

Curiosidade: Um dos atendentes perguntou para minha irmã se seria tranquilo todo mundo cantar parabéns pra mim mas estava receoso de eu não gostar porque, nas palavras deles, eu parecia ser diferente. A resposta dela para ele foi: — ah ela é diferente mesmo, me fez mostrar print da conversa com a atendente de outro lugar que vamos para provar que não tem movimento por lá numa terça-feira.


2ª parada

A segunda parada era aonde inicialmente pretendíamos almoçar mas acabamos mudando de ideia assim que chegamos. Lugar bem bonitinho, até fizemos alguns registros, porém olhando o cardápio já vimos que não tinham muitas opções para restrições alimentares. Apesar de bonito acredito que a proposta do lugar só não batia com as nossas expectativas mesmo, então seguimos para a terceira parada. 


3ª parada

Terceira parada ganhou meu coração assim que chegamos, o Restaurante Amado Pescador. Não me senti nem um pouco deslocada, o que costuma acontecer nas raríssimas vezes em que arrisco ir em algum lugar mais chiquetoso. 

A comida estava deliciosa e tinha batata frita, a vista era incrível e o atendimento me fez amar ainda mais o lugar. A sensação já de cara era de que não tínhamos como ter acertado mais na escolha, foi incrível. Foi perfeito!

Curiosidade: Mari contou para mãe sobre quase terem cantado parabéns na nossa primeira parada e ela deu seu jeito para que dessa vez eu não tivesse escapatória. Até isso parece ter acontecido quando de fato era para acontecer. O bônus ainda foi a mesa ao lado cheia de senhoras chiques interrompendo suas conversas sobre viagens no exterior para cantar parabéns para mim. Tenho nem roupa pra isso gente, chique demais! 


4ª parada

Para nossa quarta parada fomos ao Floripa Shopping, a ideia era irmos naqueles parques de diversão com trampolim para adultos. Só que nesse caso o fato de ser uma terça-feira sem movimento acho que melou com nossos planos. 

Apesar do estabelecimento estar aberto quando chegamos, as luzes do parque em si estavam apagadas e isso só tornou a nossa entrada na bilheteria ainda mais desconfortável. O atendimento foi digno de largar um: — ei, desculpa por atrapalhar!  

Apesar do climão desconfortável, realmente parecia que estávamos atrapalhando o silêncio do lugar, ainda arriscamos dar aquela olhadinha para ver se valia a tentativa. No fim o desconforto foi maior que a vontade de nos divertir fazendo papel de idiota na frente de estranhos. Decidimos deixar o evento para outro momento, outro lugar. 


5ª parada

Seguindo a média do lugar bom, lugar ruim, lugar bom sentimos que precisávamos tentar uma última parada para fechar o dia com chave de ouro. Mari deu ideia de irmos no Primavera Garden / Passeio Primavera.

Eu fiquei encantada com o lugar. Já era final de tarde e tinha um movimento gostosinho de pessoas. Consegui imaginar com tranquilidade a Sara brincando e correndo por lá. Certeza de que visitarei o espaço mais vezes. Só não rolou registros porque nossas celulares já tinham desistido da vida e realmente já estávamos bem cansadas. Ainda assim, sensação de folga de aniversário aproveitada com sucesso


fim